terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Tim Keller - Oração Centrada no Reino


As pessoas costumam pensar em oração como um meio para atender suas necessidades pessoais. Entretanto, deveríamos entender a oração como um meio de glorificar e adorar a Deus, conhecê-lO, entrar na Sua presença e ser transformado por Ele. Precisamos aprender melhor como orar, arrepender-nos e suplicar a Deus como um povo.
Biblica e historicamente, o único ingrediente universal, inegociável, em tempos de renovação espiritual é a corporativa, prevalente e intensiva oração centrada no reino. O que é isso?
“…o único ingrediente universal, inegociável, em tempos de renovação espiritual é a corporativa, prevalente e intensiva oração centrada no reino.”
1. Ela é focada na presença de Deus e do Seu reino.
Jack Miller fala da diferença entre “oração de apoio” e reuniões de oração de “linha de frente.” Reuniões de oração de apoio são curtas, mecânicas e totalmente focadas em necessidades físicas dentro da igreja. Já a oração de linha de frente tem três características básicas:
a. um pedido de graça para confessar pecados e humilhar-se.
b. uma compaixão e zelo pelo florescimento da igreja.
c. um anseio por conhecer a Deus, ver a Sua face, contemplar Sua glória.
É muito interessante estudar as orações bíblicas por avivamento, como em Atos 4, Êxodo 33 ou Neemias 1, onde estes três elementos são fáceis de ver. Note, por exemplo em Atos 4, que os discípulos, cujas vidas tinham sido ameaçadas, não pedem proteção para si e suas famílias, mas tão somente coragem para continuar pregando!
2. É corajosa e específica.
As características deste tipo de oração incluem:
a. Aqueles que ditam o ritmo da oração passam tempo em auto-exame. Sem uma compreensão robusta da graça, isto pode tornar-se mórbido e deprimente. Mas no contexto do evangelho é purificante e fortalecedor. Eles “tiram de si os seus atavios” (Ex. 33:1-6). Eles examinam a si mesmos em busca de ídolos e lançam-nos fora.
b. Eles então começam a fazer o grande pedido – uma visão da glória de Deus. Isso inclui pedir: 1) por uma experiência pessoal da glória / presença de Deus (“para que eu te conheça” Ex. 33:13); 2) por uma experiência do povo com a glória de Deus (v. 15); e 3) que o mundo possa ver a glória de Deus através do Seu povo (v. 16). Moisés pede que a presença de Deus seja evidente a todos: “Que mais distinguirá a mim e ao teu povo de todas as outras pessoas na face da terra?” Esta é uma oração para que o mundo fique maravilhado e pasmo pela demonstração do poder de Deus e do esplendor da Igreja, para que ela se torne verdadeiramente a nova humanidade que é um sinal do reino futuro.
3. Ela é habitual e corporativa.
“Esta é uma oração para que o mundo fique maravilhado e pasmo pela demonstração do poder de Deus e do esplendor da Igreja…”
Isso significa simplesmente que a oração deveria ser constante, não esporádica e curta. Por quê? Devemos pensar que Deus quer nos ver rastejando? Por que nós não colocamos simplesmente o nosso pedido diante dele e esperamos? Mas oração esporádica, curta, indica uma falta de dependência, uma auto-suficiência, e, portanto, nós não construímos um altar que Deus possa honrar com Seu fogo. Nós temos que orar sem cessar, orar longamente, orar duramente, e nós perceberemos que o próprio processo estará provocando aquilo que estamos pedindo – ter nossos duros corações derretidos, demolir barreiras, e ver irromper a glória de Deus.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Uma Reflexão Sobre a Proclamação do Evangelho


 

Pregando a Cristo

 

R. C. Sproul

R. C. Sproul nasceu em 1939, no estado da Pensilvânia. É ministro presbiteriano, pastor da Igreja St. Andrews Chapel, na Florida; fundador e presidente do ministério Ligonier, professor e palestrante em seminários e conferências; autor de dezenas de livros, vários deles publicados em português; possui um programa de rádio chamado: Renove sua Mente, o qual é transmitido para uma grande audiência nos EUA e para mais de 60 outros países; Suas graduações incluem passagem pelas seguintes universidades e centros de estudos teológicos: Westminster College, Pennsylvania, Pittsburgh Theological Seminary, Universidade livre de Amsterdã e Whitefield Theological Seminary. É casado com Vesta Ann e o casal tem dois filhos, já adultos.


A igreja do século XXI enfrenta muitas crises. Uma das mais sérias é a crise de pregação. Filosofias de pregação amplamente diversas competem por aceitação no clero contemporâneo. Alguns veem o sermão como um discurso informal; outros, como um estímulo para saúde psicológica; outros, como um comentário sobre política contemporânea. Mas alguns ainda veem a exposição da Escritura Sagrada como um ingrediente necessário ao ofício de pregar.
À luz desses pontos de vista, sempre é proveitoso ir ao Novo Testamento para procurar ou determinar o método e a mensagem da pregação apostólica apresentados no relato bíblico.
Em primeira instância, temos de distinguir entre dois tipos de pregação. A primeira tem sido chamada kerygma; a segunda,didache. Esta distinção se refere à diferença entre proclamação (kerygma) e ensino ou instrução (didache).
Parece que a estratégia da igreja apostólica era ganhar convertidos por meio da proclamação do evangelho. Uma vez que as pessoas respondiam ao evangelho, eram batizadas e recebidas na igreja visível. Elas se colocavam sob uma exposição regular e sistemática do ensino do apóstolos, por meio de pregação regular (homilias) e em grupos específicos de instrução catequética.
Na evangelização inicial da comunidade gentílica, os apóstolos não entraram em grandes detalhes sobre a história redentora no Antigo Testamento. Tal conhecimento era pressuposto entre os ouvintes judeus, mas não era argumentado entre os gentios. No entanto, mesmo para os ouvintes judeus, a ênfase central da pregação evangelística estava no anúncio de que o Messias já viera e inaugurara o reino de Deus.
Se tomássemos tempo para examinar os sermões dos apóstolos registrados no livro de Atos dos Apóstolos, veríamos neles uma estrutura comum e familiar. Nesta análise, podemos discernir a kerygma apostólica, a proclamação básica do evangelho. Nesta kerygma, o foco da pregação era a pessoa e a obra de Jesus. O próprio evangelho era chamado o evangelho de Jesus Cristo. O evangelho é sobre Jesus. Envolve a proclamação e a declaração do que Cristo realizou em sua vida, em sua morte e em sua ressurreição. Depois de serem pregados os detalhes da morte, da ressurreição e da ascensão de Jesus para a direita do Pai, os apóstolos chamavam as pessoas a se convertem a Cristo – a se arrependerem de seus pecados e receberem a Cristo, pela fé.
Quando procuramos inferir destes exemplos como a igreja apostólica realizou a evangelização, temos de perguntar: o que é apropriado para transferirmos os princípios da pregação apostólica para a igreja contemporânea? Algumas igrejas acreditam que é imprescindível o pastor pregar o evangelho ou comunicar a kerygma em todo sermão que ele pregar. Essa opinião vê a ênfase da pregação no domingo de manhã como uma ênfase de evangelização, de proclamação do evangelho. Hoje, muitos pregadores dizem que estão pregando o evangelho com regularidade, quando em alguns casos nunca pregaram o evangelho, de modo algum. O que eles chamam de evangelho não é a mensagem a respeito da pessoa e da obra de Cristo e de como sua obra consumada e seus benefícios podem ser apropriados pela pessoa, por meio da fé. Em vez disso, o evangelho de Cristo é substituído por promessas terapêuticas de uma vida de propósitos ou de ter realização pessoal por vir a Cristo. Em mensagens como essas, o foco está em nós, e não em Jesus.
Por outro lado, examinando o padrão de adoração da igreja primitiva, vemos que a assembleia semanal dos santos envolvia reunirem-se para adoração, comunhão, oração, celebração da Ceia do Senhor e dedicação ao ensino dos apóstolos. Se estivéssemos lá, veríamos que a pregação apostólica abrangia toda a história redentora e os principais assuntos da revelação divina, não se restringindo apenas à kerygma evangelística.
Portanto, a kerygma é a proclamação essencial da vida, morte, ressurreição, ascensão e governo de Jesus Cristo, bem como uma chamada à conversão e ao arrependimento. É esta kerygma que o Novo Testamento indica ser o poder de Deus para a salvação (Rm 1.16). Não pode haver nenhum substituto aceitável para ela. Quando a igreja perde sua kerygma, ela perde sua identidade.

Traduzido por: Francisco Wellington Ferreira
Copyright © R. C. Sproul / Tabletalk Magazine
Copyright © Editora Fiel 2012

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