terça-feira, 26 de junho de 2012


Tudo coopera para o bem
[Parte 1 | Parte 2]

1. O supremo motivo pelo qual todas as coisas cooperam para o bem é o íntimo e carinhoso interesse que Deus tem pelo Seu povo.

O Senhor fez uma aliança com eles. “Eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus” (Jeremias 32.38). Em virtude desse pacto, todas as coisas cooperam, e devem mesmo cooperar, para o bem deles. “Eu sou Deus, o teu Deus” (Salmo 50.7). Essa expressão, “o teu Deus”, é a mais doce expressão em toda a Bíblia; ela revela as melhores relações, e é impossível que haja tais relações entre Deus e o Seu povo e, ainda assim, todas as coisas não cooperem para o bem deles. Essa expressão, “Eu sou o teu Deus”, implica:
(1) A relação de um médico: “Eu sou o teu Médico”. Deus é um Médico habilidoso. Ele sabe o que é melhor. Deus observa os diferentes temperamentos dos homens, e sabe o que irá funcionar com mais eficácia. Alguns são de uma disposição mais dócil e são conduzidos pela misericórdia. Outros são vasos mais ríspidos e complicados; com esses, Deus trata de uma maneira mais forçosa. Algumas coisas se conservam em açúcar, outras, em salmoura. Deus não trata com todos de maneira indistinta; Ele tem provações para o forte e consolos para o fraco. Deus é um Médico fiel, e portanto usará todas as coisas para o melhor. Se Deus não lhe dá aquilo de que você gostaria, Ele dará aquilo de que você precisa. Um médico não estuda tanto para satisfazer os gostos do paciente, mas para curá-lo de sua enfermidade. Nós nos queixamos de que provações muito dolorosas vêm sobre nós; lembremo-nos de que Deus é o nosso Médico, portanto Seu trabalho é para nos curar, ao invés de para nos entreter. A maneira de Deus tratar com os Seus filhos, embora seja severa, é uma maneira segura e que visa a nos curar; “ para te humilhar, e para te provar, e, afinal, te fazer bem” (Deuteronômio 8.16).
(2) Essa expressão, “o teu Deus”, implica a relação de um Pai. Um pai ama o seu filho; portanto, seja um sorriso, seja uma palmada, tudo é para o bem da criança. “Eu sou o seu Deus, o seu Pai, portanto tudo o que Eu faço é para o seu bem”. “Sabe, pois, no teu coração, que, como um homem disciplina a seu filho, assim te disciplina o SENHOR, teu Deus” (Deuteronômio 8.5). A disciplina de Deus não é para destruir, mas para aperfeiçoar. Deus não pode causar dano aos Seus filhos, pois Ele é um Pai de terno coração: “Como um pai se compadece de seus filhos, assim o SENHOR se compadece dos que o temem” (Salmo 103.13). Acaso um pai buscará a ruína do seu filho, do filho que veio dele mesmo e que carrega a sua imagem? Todo o seu cuidado e disposição são para o seu filho: em favor de quem ele deixa a sua herança, senão para o seu filho? Deus tem um terno coração e é o “Pai de misericórdias” (2Coríntios 1.3). Ele derrama todas as misericórdias e toda a bondade nas criaturas.
Deus é um Pai eterno (Isaías 9.6). Ele era o nosso Pai desde a eternidade; antes que nós fôssemos crianças, Deus era nosso Pai, e Ele será nosso Pai para a eternidade. Um pai provê para o seu filho enquanto vive; mas o pai morre, e então o filho pode ser exposto a danos. Mas Deus nunca cessa de ser um Pai. Você, que é um crente, tem um Pai que nunca morre; e, se Deus é o seu Pai, você nunca ficará desamparado. Todas as coisas devem cooperar para o seu bem.
(3) Essa expressão, “o teu Deus”, implica a relação de um Marido. Essa é uma relação íntima de doce. O marido busca o bem de sua esposa; seria antinatural que ele vagueasse para destruir sua mulher. “Porque ninguém jamais odiou a própria carne” (Efésios 5.29). Há uma relação marital entre Deus e o Seu povo. “Porque o teu Criador é o teu marido” (Isaías 54.5). Deus ama plenamente o Seu povo. Ele o tem gravado na palma de Suas mãos (Isaías 49.16). Ele o põe como um selo sobre o Seu coração (Cântico dos Cânticos 8.6). Ele dará reinos pelo seu resgate (Isaías 43.3). Isso mostra quão próximos eles estão em Seu coração. Se Ele é um Marido cujo coração é pleno de amor, então Ele irá buscar o bem de Sua esposa. Ou Ele a protegerá de um dano, ou Ele o converterá para o seu melhor.
(4) Essa expressão, “o teu Deus”, implica a relação de um Amigo. “Tal [é] o meu amigo” (Cântico dos Cânticos 5.16, ARC). Um amigo é, como diz Agostinho, metade do nosso eu. Ele é atento e desejoso acerca de como pode fazer bem ao seu amigo; ele promove o bem-estar dele como se fosse o seu próprio. Jônatas enfrentou o aborrecimento do rei pelo seu amigo Davi (1Samuel 19.4). Deus é nosso Amigo; portanto, Ele converterá todas as coisas para o nosso bem. Existem falsos amigos; Cristo foi traído por um amigo; mas Deus é o melhor Amigo.
Ele é um Amigo fiel. “Saberás, pois, que o SENHOR, teu Deus, é Deus, o Deus fiel” (Deuteronômio 7.9). Ele é fiel em Seu amor. Ele deu o Seu próprio coração a nós, quando Ele entregou o Filho do Seu amor. Ali estava um padrão de amor sem paralelo. Ele é fiel em Suas promessas. “O Deus que não pode mentir prometeu” (Tito 1.2). Ele pode mudar a Sua promessa, mas não pode quebrá-la. Ele é fiel em seu proceder; mesmo quando Ele está afligindo, Ele é fiel. “Bem sei, ó SENHOR, que os teus juízos são justos e que com fidelidade me afligiste” (Salmo 119.75). Ele está nos peneirando e nos refinando como a prata (Salmo 66.10).
Deus é um Amigo imutável. “De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei”(Hebreus 13.5). Amigos às vezes falham numa emergência. Muitos procedem com os seus amigo como as mulheres, com as flores: enquanto elas estão frescas, elas as põem junto ao peito, mas, quando começar a murchar, elas as jogam foram. Ou como um viajante faz com o relógio de sol: se o sol brilha sobre o relógio, o viajante sai da estrada para consultar o relógio; mas se o sol não brilha sobre ele, ele segue dirigindo, sem sequer se lembrar do relógio. Assim, se a prosperidade brilha sobre um homem, então os amigos atentam para ele; mas se uma nuvem de adversidade paira sobre ele, eles não se aproximarão. Mas Deus é um Amigo para sempre; Ele disse: “De maneira alguma te deixarei”. Embora Davi andasse pelo vale da sombra da morte, ele sabia que tinha um Amigo ao seu lado. “Não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo” (Salmo 23.4). Deus nunca afasta completamente o Seu amor do Seu povo. “Tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim” (João 13.1). Sendo Deus tal Amigo, Ele fará todas as coisas cooperarem para o nosso bem. Não há amigo que não busque o bem do seu amigo.
(5) Essa expressão, “o teu Deus”, implica uma relação ainda mais íntima, a relação entre a Cabeça e os membros. Há uma união mística entre Cristo e os santos: Ele é chamado “o Cabeça da igreja”(Efésios 5.23). Não é verdade que a cabeça delibera pelo bem do corpo? Todas as partes da cabeça estão dispostas para o bem do corpo. O olho é posto como se estivesse numa torre de guarda; ele fica a postos para vigiar qualquer perigo que possa advir ao corpo, e preveni-lo. A língua serve tanto para provar como para discursar. Se o corpo fosse um microcosmo, ou um pequeno universo, a cabeça seria o sol desse universo, da qual procederia a luz da razão. A cabeça está posta para o bem do corpo. Cristo e os santos compõem um único corpo místico. Nossa Cabeça está nos céus, e certamente Ele não irá permitir que o Seu corpo sofra dano, mas irá deliberar para a sua segurança, e fará com que todas as coisas cooperem para o bem do corpo místico.


Por Thomas Watson. Original: A Divine Cordial By Thomas Watson

Tradução: voltemosaoevangelho.com

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quinta-feira, 21 de junho de 2012


T.P. Simmons – A Inspiração da Bíblia



Temos visível evidência que a Bíblia é uma revelação de Deus. E nos é dito na Bíblia que Deus deu a revelação por inspiração. Se a Bíblia é a revelação de Deus, justo é deixá-la falar por si mesma sobre a sua própria natureza. É nosso propósito, então, inquirir neste capítulo do sentido e da natureza da inspiração, segundo o propósito testemunho da Bíblia.
No curso que estamos seguindo aqui observamos a razão no seu sentido mais elevado. Mostrou-se que a razão requer uma crença na existência de Deus. E apontou-se, além disso, que é razoável esperar uma revelação escrita de Deus. É da competência da razão, então, em relação à revelação, antes que tudo, examinar as credenciais de comunicações que professam ser uma revelação de Deus. Se essas credenciais forem satisfatórias, deve então a razão aceitar as comunicações como vindas de Deus; daí, aceitar as coisas apresentadas como sendo verdadeiras. “A revelação é o vice-rei que apresenta primeiro suas credenciais à assembléia provincial e então preside” (Liebnitz). Na maneira precitada “a razão mesma prepara o caminho para uma revelação acima da razão e pede uma confiança implícita em tal revelação quando uma vez dada” (Strong).
Acima da razão não é contra a razão. É o racionalismo mais cru possível que rejeita tudo que não pode aprofundar ou demonstrar racionalmente. “O povo mais irracional do mundo é aquele que depende unicamente da razão, no sentido mais limitado” (Strong). O mero raciocínio ou o exercício da faculdade lógica não é tudo da razão. A razão, no sentido amplo, compreende toda força mental para reconhecer a verdade. A razão só pode rejeitar justamente aquilo que contradiz fatos conhecidos. E então, para estar seguro, a razão deve estar “condicionada em sua atividade por um santo afeto e iluminada pelo Espírito Santo” (Strong). A semelhante razão a Escritura não apresenta nada contraditório, conquanto ela faz conhecido muito além do poder desajudado do homem para descobrir ou compreender completamente.

I. O SENTIDO DA INSPIRAÇÃO

Quando Paulo disse: “Toda a Escritura é dada por inspiração de Deus” (II Timóteo 3:16), ele empregou a palavra grega “theopneustos” com a idéia de inspiração. A palavra grega compõe-se de “theos”, significa Deus, e “pneu”, significando respirar. A palavra composta é um adjetivo significando literalmente “respirado por Deus”. Desde que é o fôlego que produz a fala, esta palavra proveu um modo muito apto e impressivo de dizer que a Escritura é a palavra de Deus.

II. O ELEMENTO HUMANO NA INSPIRAÇÃO

No entanto, foi somente em casos especiais que as palavras a serem escritas foram ditadas por via oral para os escritores da Bíblia. Na maioria dos casos as mentes dos escritores tornou-se o laboratório em que Deus converteu o seu fôlego, por assim dizer, em linguagem humana. Isso não foi feito por um processo mecânico. A personalidade e temperamento dos escritores não foram suspensas. Estes são manifestos nos escritos. Assim lemos Gaussen: “Ao sustentar que toda a Escritura é de Deus, estamos longe de pensar que o homem não é nada… Nas Escrituras todas as palavras são do homem, como lá, também, todas as palavras são de Deus…. Em certo sentido, a Epístola aos Romanos é ao todo uma carta de Paulo e, em um sentido ainda maior, a Epístola aos Romanos é totalmente uma carta de Deus”(Theopneustia, um livro altamente aprovado por CH Spurgeon) E assim lemos também de Manly:.” A origem divina e a autoridade da a Palavra de Deus não são para ser afirmadas de modo a excluir ou dificultar a realidade da autoria humana, e as peculiaridades daí decorrentes. A Bíblia é a Palavra de Deus ao homem, na sua totalidade, mas, ao mesmo tempo, é verdade e completamente a composição de um homem. Nenhuma tentativa deve ser feita e vamos certamente fazer nada para anular ou ignorar o “elemento humano” das Escrituras, que inequivocamente é bem aparente, ninguém deve desejar assim ampliar o divino ao ponto de elimina-lo, em parte ou sua totalidade. Este é um dos erros que os homens honestos têm cometido. [A citação a seguir é muito para o ponto aqui: "Às vezes, pode ser francamente admitido, zelo pela autoridade divina e inerrância das Escrituras pode ter levado a teorias insustentáveis e modos de expressão, que tenham obscurecido a verdade. Para dizer, por exemplo, que os escritores foram apenas instrumentos passivos nas mãos do Espírito, ou na melhor das hipóteses amanuenses escritos ao ditado, a adotar, em outras palavras, a teoria da mecânica, é injustificada e maliciosa. Não faz parte da doutrina, e nunca foi geralmente realizada " (Nova Guia Bíblico, Urquhart, vol. 8, página 175).] Deixai ambos serem admitidos, reconhecidos, aceitos com gratidão e regozijo, cada um contribuindo para tornar a Bíblia mais completamente adaptado às necessidades humanas como o instrumento da graça divina, e guia para fracos e almas humanas errantes. A palavra não é do homem, quanto à sua origem, nem dependendo do homem, quanto à sua autoridade. É por e através do homem como seu meio; ainda não apenas simplesmente como o canal ao longo do qual ele é executado, como a água através de um tubo sem vida, mas através do homem como agente voluntário ativo “e inteligente na sua comunicação. Ambos os lados da verdade são expressos na linguagem bíblica: “Homens santos de Deus falaram inspirados (carregados) pelo Espírito Santo. ” ( 2 Pe 1:21) Os homens falaram, o impulso e a direção são de Deus” (A Doutrina Bíblica da Inspiração). “As Escrituras contêm um ser humano, bem como um elemento divino, de modo que, enquanto eles constituem um corpo de verdade infalível, esta verdade é moldada em moldes humanos e adaptados à inteligência humana comum” (Strong)

III. A INSPIRAÇÃO EXECUTADA MILAGROSAMENTE

O elemento humano na Bíblia não afeta a sua infalibilidade, assim como a natureza humana de Cristo não afetou Sua infalibilidade. A inspiração foi realizada milagrosamente assim como o nascimento virginal de Cristo foi realizada por milagre, e assim como os homens são levados ao arrependimento e fé milagrosamente. Arrependimento e fé são atos voluntários do homem, mas porque são feitas nele pelo Espírito Santo. Deus realizou o milagre da inspiração providencialmente preparando os escritores de seu trabalho e assim revelando Sua verdade para eles e assim permitindo, orientando e supervisionando-os na gravação de como nos dar através deles uma exata e transmissão completa de tudo o que Ele desejava revelar.
“Apesar do Espírito Santo não ter selecionado as palavras para os escritores, é evidente que Ele o fez através dos escritores” (Bancroft, Teologia Elementar).

IV. MÉTODOS NA INSPIRAÇÃO

O elemento miraculoso na inspiração, sem dúvida, não pode ser explicado. E não temos nenhum desejo que o homem possa explicá-lo. Mas até certo ponto, no mínimo, podemos discernir das Escrituras, os métodos que Deus usou na inspiração. Um estudo dos métodos empregados deveria levantar nossa apreciação da inspiração.

(1) Inspiração por meio da revelação objetiva.

Algumas vezes foi dada uma revelação direta e oral para ser escriturada, tal como foi o caso ao dar-se a Lei mosaica (Ex. 20:1) e tal como foi o caso, algumas vezes, com outros escritores (Dn. 9:21-23; Ap. 17:7).

(2) Inspiração por meio de visão sobrenatural.

Noutros casos deu-se uma visão sobrenatural com ou sem uma interpretação dela, como foi o caso com João na Ilha de Patmos.

(3) Inspiração por meio de Passividade.

Noutras vezes, quando não se nos dá evidencia de uma revelação externa de espécie alguma, os escritores foram tão conscienciosos e passivamente movidos pelo Espírito Santo que ficaram sabidamente ignorantes do impacto daquilo que escreveram, como foi o caso com os profetas quando escreveram de Cristo (1 Pedro 1:10).

(4) Inspiração por meio de iluminação divina.

Algumas vezes foi dada aos escritores tal iluminação divina como para capacita-los a entenderem e aplicarem a verdade contida em prévias revelações, mas não feitas inteiramente claras por eles; como foi o caso com escritores do Novo Testamento ao interpretarem e aplicarem a Escritura do Velho Testamento (Atos 1:16, 17, 20; 2:16-21; Rom. 4:1-3; 10:5-11).

(5) Inspiração por meio da direção de Deus.

Em alguns casos os escritores foram meramente de tal modo guiados e guardados para recordarem infalivelmente fatos históricos segundo Deus se agradou de faze-los, quer fossem esses fatos pessoalmente conhecidos deles, ou obtidos de outros, ou revelados sobrenaturalmente. Todos os livros históricos são exemplos oportunos aqui.

(6) Inspiração por meio de revelação subjetiva.

Noutras vezes foi a verdade revelada através dos escritores por tal vivificação e aprofundamento do seu próprio pensar como para habilitá-los a perceber e registrar infalivelmente a nova verdade, como parece ter sido o caso com Paulo em muitas das suas epístolas.
Somando tudo, podemos dizer que o processo de inspiração consistiu de tais meios e influências como aprouve a Deus empregar, segundo as circunstâncias, para poder dar-nos uma revelação divina, completa e infalível de toda a verdade religiosa de que precisamos durante esta vida. Ou podemos dizer com A. H. Strong: “Pela inspiração das Escrituras queremos significar aquela influência divina especial sobre as mentes dos escritores sagrados em virtude da qual suas produções, à parte de erros de transcrição, quando justamente interpretadas, constituem juntas uma regra de fé e prática infalível e suficiente”.

V. A EXTENÇÃO DA INSPIRAÇÃO

Ver-se-á que a inspiração verbal está implicada no que já dissemos; mas, como também já foi dito, isto não destrói o elemento humano na Escritura. A Escritura é, toda ela, a Palavra de Deus; ainda assim, muitíssimo dela é também a palavra do homem. Os escritores diferem em temperamento, linguagem e estilo, diferenças que estão claramente manifestas nos seus escritos, ainda que suas produções são tão verdadeiras e completamente a Palavra de Deus – como qualquer expressão oral de Jesus.

VI. PROVAS DA INSPIRAÇÃO VERBAL

Como prova de fato que a Bíblia é inspirada em palavra e não meramente em pensamento, chamamos a atenção para as evidencias seguintes:

(1) A Escritura inspirada envolve necessariamente a inspiração verbal.

É nos dito que a Escritura é inspirada. A Escritura consiste de palavras escritas. Assim, necessariamente, temos inspiração verbal.

(2) Paulo afirmou que ele empregou palavras a ele ensinadas pelo Espírito Santo.

Em 1 Cor. 2:13, ao referir-se às coisas que ele conheceu pelo Espírito Santo, disse: “Quais coisas falamos, não nas palavras que a humana sabedoria ensina, mas que O Espírito Santo ensina”. É isto uma afirmação positiva da parte de Paulo que ele não foi deixado a si mesmo na seleção de palavras. [Alguns acusam que em Atos 23:5, 1 Cor. 7:10,12, Paulo admite a não inspiração. Em Atos 23:5 Paulo diz a respeito do Sumo Sacerdote: "Não sabia, irmãos, que era o Sumo sacerdote". Isto "pode ser explicado tanto como a linguagem de ironia indignada: "Eu não reconheceria tal homem como Sumo Sacerdote"; ou, mais naturalmente, como uma confissão atual de ignorância e falibilidade pessoais, o que não afeta a inspiração de qualquer dos ensinos ou escritos finais de Paulo" (Strong). Inspiração não significa que os escritores da Bíblia foram sempre infalíveis no juízo ou impecáveis na vida, mas que, na sua capacidade de mestres oficiais e interpretes de Deus, eram conservados do erro.
Nas passagens da primeira epístola aos Corintios diz Paulo no caso de um mandamento: "Mando eu, todavia não eu, mas o Senhor"; ao passo que no caso de outros mandamentos diz ele: "O resto falo eu, não o Senhor". Mas notai que no fim das últimas séries de exortações ele diz: "Penso... que eu tenho o Espírito de Deus" (1 Cor. 7:40). Aqui, portanto, Paulo distingue... não entre os seus mandamentos próprios e inspirados, mas entre aqueles que procediam de sua própria (inspirada de Deus) subjetividade e os que Cristo mesmo supriu por Sua palavra objetiva" (Meyer, in Loco).]

(3) Pedro afirmou a inspiração verbal dos seus próprios escritos como dos outros apóstolos.

Em 2 Pedro 3:1,2,15,16 Pedro põe os seus próprios escritos e os de outros apóstolos em nível com as Escrituras do Velho Testamento. E desde que Pedro creu que as Escrituras do Velho Testamento eram verbalmente inspiradas (Atos 1:16), segue-se, portanto, que ele considerava os seus escritos e os de outros apóstolos como verbalmente inspirados. [A questão pode ser levantada como a dissimulação de Pedro em Antioquia, onde temos uma "negação prática de suas convicções, separando-se retirado-se dos cristãos gentios (Gl 2,11-13) " (Strong). "Aqui não era o ensino público, mas a influência do exemplo particular. Mas nem neste caso, nem o referido acima (Atos 23:5), Deus permitiu o erro ser estabelecido. Por meio da atuação de Paulo, o Santo Espírito define o correto" (Strong)]

(4) Citações no Novo Testamento tiradas do Velho provam a inspiração verbal dos escritores do Novo Testamento.

Os judeus tinham um respeito supersticioso pela propria letra da Escritura. Certamente, então, os judeus devotos, se deixados a si mesmos, seriam extremamente cuidadosos ao citar as Escrituras, como está escrito. Mas nós encontramos no Novo Testamento 263 citações diretas do Antigo Testamento, e destes, segundo Horne, oitenta e oito são citações verbais da Septuaginta, sessenta e quatro são emprestados a partir dele; trinta e sete têm o mesmo significado, mas palavras diferentes; dezesseis concordam mais perto com o hebraico, e vinte diferem tanto do hebraico como da Septuaginta. Todos os escritores do Novo Testamento, exceto Lucas, eram judeus, mas eles não escrevem como os judeus. O que pode explicar isso, se eles não estavam conscientes de sua sanção divina de cada palavra que escreveram? Alguns bons exemplos de citações do Antigo Testamento pelos escritores do Novo Testamento, onde um novo significado é posto em que as citações se encontram em Rm. 4:6,7, que é uma citação de Salmos. 32:1 e Rm. 10:6-8, que é uma citação de Dt. 30:11-14

(5) Mateus afirma que o Senhor falou através dos profetas do Velho Testamento.

Veja a Versão Revisada de Mt. 1:22 e 2:15.

(6) Lucas afirmou que o Senhor falou pela boca dos santos profetas. Lucas 1:70.

(7) O escritor aos hebreus afirma o mesmo (Hb. 1:1).

(8) Pedro afirmou que o Espírito Santo falou pela boca de Davi. Atos 1:16.

(9) O argumento de Paulo em Gl. 3:16 implica inspiração verbal.

Neste lugar Paulo baseia um argumento no número singular da palavra “semente” na promessa de Deus a Abraão.

(10) Os escritores do Velho Testamento implicaram e ensinaram constantemente a autoridade divina de suas próprias palavras.

As passagens em prova disto são numerosas demais para precisarem de menção.

(11) A profecia cumprida é prova da inspiração verbal.

Um estudo da profecia cumprida convencerá qualquer pessoa esclarecida que os profetas foram necessariamente inspirados nas próprias palavras que enunciaram; do contrário, não podiam ter predito algo do que eles souberam muito pouco.

(12) Jesus afirmou a inspiração verbal das escrituras.

Jesus disse: “A Escritura não pode ser anulada” (João 10:35), o que Ele quis dizer que o sentido da Escritura não pode ser afrouxada nem sua verdade destruída. Sentido e verdade estão dependendo de palavras para sua expressão. Sentido infalível é impossível sem palavras infalíveis.
Autor: Thomas Paul Simmons, D.Th.
Digitalização: Daniela Cristina Caetano Pereira dos Santos, 2004
Revisão: Charity D. Gardner e Calvin G Gardner, 05/04
Revisão da tradução e gramatical: Viviane Sena 2010

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